O Cone Sul, como é conhecida a região mais ao sul da América, formada
por Argentina e Chile tem se tornado um destino cada vez mais atraente para o consumidor internacional de viagens.
Inúmeros investimentos têm sido feitos pelos governos desses países
para melhorar os serviços oferecidos e ampliar o leque de opções que essa região oferece. Novas rotas aéreas, novos hotéis,
novos roteiros, tudo tem contribuído para facilitar o acesso a essa região considerada como uma das mais belas de todo o planeta.
Para o brasileiro, essas facilidades vêm a calhar pois nos permite
conhecer paisagens completamente diferentes das nossas e a poucas horas de vôo.
As atrações são muitas, a. começar pelo relevo. A região é dividida
pela Cordilheira dos Andes, com picos altíssimos cobertos por neves eternas.
A região tem inúmeros parques nacionais. Um dos mais conhecidos é o
Parque Nacional Torres del Paine. Localizado no Chile, com pouco mais de 242 mil hectares, tem como destaque seus três picos,
a Torre Sul (2.850 m), a Torre Central (2.800 m) e a Torre Norte (2.600 m)
Outra atração são os glaciares. Glaciares são como rios de gelo que
escorrem lentamente rumo ao mar. Calcula-se que tenham se formado há cerca de 20.000 anos atrás, durante a última grande glaciação.
Sua existência por todo esse tempo se deve às baixas temperaturas na região durante o ano todo o que faz com que a neve caída
num ano não se derreta até que as nevadas do ano seguinte comecem.
As principais cidades da região são Punta Arenas, no Chile, e Ushuaia,
na Argentina. Esta última é a cidade mais ao sul do mundo. Além dela, só o mar e a Antártica. A partir de Ushuaia saem diversos
tours para conhecer a região. Os principais ocorrem em barcos pelo Canal de Beagle e visitam praias repletas de focas, lobos-marinhos
e pinguins. Os pinguins em Punta Tombo, em particular, começam a chegar no final de agosto e em dezembro e janeiro a praia
fica repleta de filhotes e grande quantidade de adultos, podendo a população ultrapassar a casa dos 2 milhões de espécimes.
Pode-se também visitar campos habitados por guanacos, animais parecidos
com as lhamas e parentes dos camelos.
O verão é a época mais apropriada para se visitar esses locais. Nessa
época do ano, inúmeras operadoras de turismo do Brasil disponibilizam roteiros para as mais diversas atrações e caso alguém
queira um passeio mais radical ainda, pode-se contratar uma viagem até a Antártica.
Para se chegar lá o melhor meio de transporte ainda é o avião (Ushuaia
fica a 3:40 h de vôo de Buenos Aires). Contudo, para quem tiver mais tempo, há uma opção de cruzeiro marítimo saindo de Santos
e indo até Ushuaia e Port Stanley, nas Ilhas Malvinas.
E para quem quiser ter uma visão mais próxima da realidade da região
há ainda uma viagem indo por terra e voltando de avião. Contudo, é preciso ser rápido pois o número de vagas é limitado.
ESTREITO DE MAGALHÃES
Em outubro de 1520, o navegador português Fernão de Magalhães pela
primeira vez navegou por essa porção de águas que liga o Oceano Atlântico ao Pacífico. É um canal de difícil navegação onde
muitos naufrágios ocorreram. O Estreito de Magalhães disputa com o a região do Cabo Horn como o mais difícil lugar do mundo
para se navegar. O Estreio está situado entre os paralelos 52°12S e 52°22S, tem 592 km de percurso e uma largura média de
6 km. Sofre rajadas de vento de mais de 150km/h., tem densas neblinas, pedras submersas, dias curtos no inverno e temperaturas
negativas.
Foi no entanto a melhor maneira de se cruzar do Atlântico ao Pacífico
até 1914 quando se inaugurou o Canal do Panamá. Está sob domínio chileno desde 1843.
PATAGÔNIA e TERRA DO FOGO são regiões distintas
PATAGÔNIA
A Patagônia é uma a região da América do Sul que vai do Oceano Atlântico
ao Pacífico. Limitada ao norte pelo Rio Colorado e ao sul pelo Estreito de Magalhães, é cortada de norte a sul pela Cordilheira
dos Andes que define a fronteira entre Chile, a oeste e a Argentina a leste. A porção chilena é estreita, medindo em média
80 km entre a Cordilheira e o Oceano Pacífico.
A 46º45 Sul começam os Campos de Gelo, uma região de 480 km de extensão
que abriga os glaciares, remanescentes gelados da última glaciação, época em que toda a Patagônia era coberta de gelo.
Ao norte dos Campos de Gelo, na porção chilena encontra-se uma área
de vegetação abundante e elevado índice pluviométrico. A topografia é montanhosa e encontram-se inúmeros vulcões. A leste
dos Andes, em território argentino a região apresenta uma vasta planície semi-desértica, com vegetação rasteira, região esta
que se estende até a Península Valdés.
Ao sul dos Campos de Gelo, as altitudes dos Andes vão diminuindo até
chegarem ao Estreito de Magalhães e as paisagens são variadas, mas sempre castigadas por baixas temperaturas e ventos fortes.
O povo que habitava essa região era formado por caçadores que usavam
as peles do guanaco para fazer roupas e calçados. Devido a esses calçados, deixavam rastros enormes na neve sendo então chamados
de patagões (patas grandes), de onde vem o nome Patagônia.
TERRA DO FOGO
A partir da margem sul do Estreito de Magalhães, até o Cabo Horn, no
Mar de Drake, a América do Sul deixa de ser um continente propriamente dito e torna-se um conjunto de ilhas, circunscritas
entre canais e fiordes quase sempre margeados por altas montanhas e geleiras.
As tribos que habitavam essa região tinha a pesca como forma de subsistência.
Costumavam entrar na água para atacar as focas, suas presas favoritas das quais utilizavam a carne para alimentação, a pele
para revestir as embarcações e a gordura para revestir o corpo e assim obter uma mais uma proteção contra o frio.
No entanto, em virtude do frio inclemente da região, precisavam de
uma proteção extra. Mantinham então fogueiras acesas continuamente para se aquecerem rapidamente ao chegarem de suas incursões
pelas águas geladas.
Quando a expedição de Magalhães chegou à margem norte do Estreito observou
essas fogueiras na margem Sul e chamou a região de A Terra dos Fogos, de onde vem o nome "Terra do Fogo".